quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Curitiba e Música Popular

Importante artigo de Marilia Giller - Curitiba e Música Popular; A influência do Jazz na Cultura Local

http://fapr.academia.edu/MariliaGiller/Papers/122946/CURITIBA_and_MUSICA_POPULAR_A_INFLUENCIA_DO_JAZZ_NA_CULTURA_LOCAL

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

“Dos Regionais ao Jazz-Bands” em exposição no Museu Paranaense


(Professora Marilia Giller)

Está em exposição no Museu Paranaense (R. Kellers, 289) a mostra Dos Regionais ao Jazz-Bands: Curitiba primeira metade do século XX, um registro documental da vida e obra de artistas e músicos curitibanos que viveram o período de transformação ocorrida nos grandes centros urbanos, quando os agrupamentos musicais passaram da formação de Regionais para a formação Jazz-band. E para aproveitar a temática da mostra, será realizado no local um concerto gratuito com a pianista Marilia Giller e Hepteto, nesta quinta-feira (11), às 19horas. A exposição fica em cartaz até fevereiro de 2011 e a entrada é franca.

O concerto, mostrando a música no contexto da Curitiba da primeira metade do século XX, contribui para dinamizar o circuito permanente do Museu revelando uma história viva que reflete a dinâmica cultural no Paraná. Compositores, músicos, instrumentistas reativam lembranças de um passado que poderia estar condenado ao esquecimento. Com direção de Tiago Portella e Marília Giller, serão apresentadas obras musicais do compositor e arranjador curitibano José da Cruz (1887-1952). Choros, maxixes, valsas, sambas, marchas, fox-trotes, one-steps. Foi possível através dos seus manuscritos, produzidos entre as décadas de 1920 e 1950, realizar a releitura dos arranjos dessa época, revelando características sonoras da música popular de rua e salão desse tempo em Curitiba.

O Museu Paranaense é um espaço da Secretaria de Cultura que se destina a conservar, preservar e divulgar a cultura por meio de documentos que registram momentos da história de uma sociedade. Fotografias, instrumentos musicais, aparelhos de reprodução sonora e partituras constituem o acervo indispensável para se entender esses momentos. Por isso, o Museu abre espaço para apresentar fotografias, partituras do início do século XX, instrumentos musicais e aparelhos de reprodução de música, como rádios, gramofones e toca discos.

Tanto a exposição quanto o concerto retratam a música popular curitibana, com acervos musicais reunidos, organizados e documentados, representando uma parte das expressões musicais que atuaram na cidade. Foram pesquisados materiais referentes aos acervos do maestro Antonio Melillo, Curityba Jazz-band; do maestro Luis Eulógio Zilli, Regional dos Irmãos Otto; Ideal Jazz-band, do maestro José da Cruz; Oriente Jazz-band; Tupynamba Jazz-band, de Estefhano João Giller. Objetos do acervo do Museu Paranaense complementam a exposição.

Serviço: Concerto Dos Regionais ao Jazz-Bands: Curitiba primeira metade do século XX, com a pianista Marilia Giller e Hepteto, nesta quinta-feira, dia 11, às 19 horas, no Museu Paranaense (Rua Kellers, 289). Entrada franca.

Exposição Dos Regionais ao Jazz-Bands: Curitiba primeira metade do século XX. Mostra de objetos, instrumentos e partituras, no Museu Paranaense (Rua Kellers, 289). Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 9h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados das 11h às 15h. A mostra permanece aberta até fevereiro de 2011. Informações: (41)3304-3300. Entrada gratuita.

fonte: http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=60231&tit=Dos-Regionais-ao-Jazz-Bands-em-exposicao-no-Museu-Paranaense&ordem=920000

domingo, 30 de janeiro de 2011

Opinião: Entre a burguesia européia cega e as oligarquias rurais ignorantes?!





Uma carta ao amigo Luiz Cláudio Oliveira em resposta a matéria publicada na gazeta do povo com o título “Entre a rabeca e a guitarra elétrica”. publicado na Gazeta do Povo do dia 29 de janeiro.

Para fatos pouco compreendidos precisamos de retrospectivas históricas e analises que dêem conta da problemática levantada.
Por isso, me coloco a disposição para dividir parte do que estudamos nestes anos, trazendo algo que não é totalmente inédito para alguns, mas como é para boa parte do meio musical e dos leitores resolvi trazer neste formato resumido aquilo que precisaria de um livro para uma abordagem razoável.

Segue aqui a minha opinião baseada em pesquisas tratando do assunto para confrontar o artigo: http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=1091405&tit=Entre-a-rabeca-e-a-guitarra-eletrica

Primeiramente discordo das opiniões dadas por alguns colegas do meio musical que recentemente acreditam que a música local anda em voga motivando a temática na sociedade e na mídia apenas pela mudança na direção da rádio educativa tendo como conseqüência maior execução da produção local, mas ao contrário afirmo que outras questões provocaram que a política atual tenha dado aval para que a música local chegue a educativa fm.
Isso pode ser facilmente entendido pelos fatos que levaram as condições históricas para que a música do Paraná tenha conseguido novo espaço na rádio e na vida social Curitibana.
Durante toda a nossa história com raras exceções a nossa cultura nunca esteve ao centro das atenções, porem entre os anos 30 até os 60 do século passado com a chegada da rádio e depois da tv à mídia paranaense dava muito espaço para artistas locais de todos os gêneros em rádios como Guairaca, Marumbi e PRB2, o mesmo ocorria com canais de TV como o canal 6 e o 12, basta uma breve folheada nos programas musicais da época, nos jornais e em revistas como a TV Programas editada nos anos 60 e 70 por Luis Renato Ribas (empresário pioneiro que mantém a locadora de vídeo/DVD Vídeo 1).
Com a chegada das comunicações em massa via satélite isso acabou, tendo inicio o declínio da manifestação no fim dos anos 60 com a retransmissão da programação vinda de fora da rede Globo que passa a ocupar o sinal da TV Paranaense. O ano de 1980 encerra este ciclo em nossa cultura com a chegada da Transamérica e com o fortalecimento do modelo econômico centrado no Jabá que expulsa em definitivo nossa produção dos meios de comunicação o que é seguido por todas as emissoras do estado, fenômeno repetido em todo o Brasil.

Isso coloca em evidência o quanto o debate de identidade equivocado lançado pelo artigo comparando o tema com o Paranismo, traz um problema de entendimento histórico daquilo que chamamos de cultura paranaense em confusão com o movimento Paranista que pretendia trazer ideais modernistas associados a cultura e simbologia local, como manifestação de ufanismo.
Outra questão a associação deste tema como suposta falta de identidade paranaense e que seria tentativa do movimento Paranista “criar”, quando na verdade pretendia apagar e substituir o que existia efetivamente.
Por isso outra questão surge e não pode ser ignorada que é a existência de identidades anteriores fortes e que ainda estão presentes no estado.
A forma depreciativa que o Paranismo ou idéia de ausência de cultura e identidade no estado só revela de forma ainda mais forte o incomodo sentimento de que existe sim cultura, mesmo que em suas múltiplas identidades e podem sim ser divididas geograficamente, por grupos étnicos e por classes sociais, mas não são entendidas pela média social graças ao fracionamento do povo e o pouco entendimento e visibilidade de uma cultura para com as outras que dividem o mesmo território.
A maior prova disso pode vir da própria Gazeta do Povo que se comunica com leitores de faixas econômicas e sociais as quais não dividem nenhuma relação cultural com aquilo que foi divulgado e muito menos com outros que não sendo leitores da Gazeta que estão em outras faixas sociais, geográficas, étnicas e até religiosas não se identificam com a visão de que as bandas de rock undergound, ou a mpb ou a música clássica trazida por meia dúzia de imigrantes cultos que vieram sejam hoje a identidade da cultura feita no Paraná.
O desconhecimento do que é a música paranaense reflete na própria identificação equivocada entre ufanismo, paranismo, hinos oficiais e conjunto de símbolos oficiais do estado com aquilo que pertence ao povo que é a cultura. Uma combinação das mais originais ou descabidas que já vi, pois nada tem haver o conjunto de símbolos políticos determinados por lei como simbologia de um território com suas manifestações artísticas, identidade.

A formação da cultura Paranaense


O primeiro aspecto a ser entendido para se desfazer estes equívocos é olhar para o passado e tentar descobrir onde esta a identidade do povo ao longo da história, pois mesmos apagadas permanecem mais ou menos obscurecidas em meio a população os traços que levam ao entendimento do ethos Curitibano, ou dos muitos “Paranás”.
Um bom inicio é a analise da composição migratória do estado, de origem portuguesa, espanhola, negra e misturada com grupos indígenas que aqui estavam presentes, ou seja fora a mistura com maior dosagem entre portugueses e espanhóis mais comum ao sul, o restante da formação do Paraná até o fim do século XIX é equilibrada e equivalente a formação do restante do Brasil e ao contrário do que dizia Wilson Martins, aqui tinham negros, hoje reconhecidos 90 quilombolas pelo Iphan no estado. Apenas no último século com onda migratórias de diversos povos, incluindo Arabes, Japoneses, Judeus e outros é que se estabeleceu a idéia de que aqui foi formado um estado diferente composto por imigrantes europeus em especial Ucranianos, Poloneses, Alemães e Italianos.

Essa composição do estado do Paraná em nada difere da formação dos outros estados do sul, ao contrário pois toda esta região foi colonizada via Paraná desde São Paulo até o Rio Grande do Sul através de trilhas que eram genericamente chamadas de Caminho das Tropas, por isso são povoados com cultura ligada ao tropeirismo. As três vias principais eram caminho do Viamão, Missões e Vacaria. Por onde as tropas passavam formaram-se povoados que viraram cidades.
O livro de Roselys Rodrejan “A formação do Brasil Setentrional” revela através de estudos de genealogia das elites locais, que as mesmas famílias estavam presentes repetidamente em todas estas cidades do sul se consolidando como grupo etnico e cultural uno.

A cultura Gaucha vinda do tropeirismo é antes nossa depois Gaucha. Porem com as proibições de danças, trajes, cavalgadas, jogos, balies, lunduns e danças no Paraná reveladas na obra “Semeando Iras Rumo ao Progresso” do professor Magnus Roberto de Mello Pereira, o que ocorreu não foi a invenção de tradições, mas foi a desinvenção das tradições, que ao final com a colonização européia e migração brasileira atinge hoje em especial a capital.
Como resuultado os três estados descritos por Ruy Wachowsy Os três Paranás, o Paulista, Gaucho e antigo (campos gerais e litoral) são ainda validos como referencia em alguns termos, pois podemos ver vários estados em um e entender melhor as dinâmicas próprias de cada região.

Porem na capital onde 33 etnias convivem o processo de negação e não reconhecimento um dos outros é evidentemente o problema que faz com que aquilo que é relevante para um grupo não se torne reconhecido pelos demais. O grande problema cultural e identitário do Paraná esta exatamente na capital.
Na verdade o Paraná tem cultura tradicional, ao sair da capital, ou ainda mesmo nos bairros da cidade esta aumenta e em circulos concentricos ao se afastar por quaisquer caminhos pelo estado, o que se encontra é a cultura do sul (portuguesa, espanhola, com influência moura, negra e indígena, mestiça). Uma corrente que vem da cultura dos tropeiros, anteriormente bandeirantes e outros exploradores em circulação pelo Brasil ao encontrar outros que faziam comercio entre as colônias de língua espanhola hoje Argentina, Uruguai e Paraguai com o Brasil – Ou seja guachos, hispânicos e indígenas).

Manifestação sulista que esta totalmente preservada em alguns casos e misturada em outras mesmo em colônias de descendentes de ucranianos que adeririam ao chimarrão, quilombolas em que existem tradições portuguesa/mouras de cavalhadas, reisados e outros, cidades onde o gauchismo urbano é forte em meio as músicas presentes em festas universitárias representadas na mistura de sertanejo pop, rock com gauchismo. A casa de resa indigena adquiriu o violão inserido em Misiones pelos Jesuitas da Compania de Jesus.
Tantos indícios ainda presentes da nossa cultura Ibérica que por mais que ocultos com certeza se fazem presentes em nossa identidade.

O gauchismo como manifestação não esta isolada e como toda carga de manifestações brasileiras é misturada e se faz presente em abundância, se manifesta no gosto popular através de manifestações antigas e novas com a reinvenção do gauchismo como tradição a partir dos anos 40, resultando em mais de 1000 ctgs sendo destes mais de 200 só no Estado do Paraná, isso pode ser somado ao fenômeno da consolidação de um mercado fonográfico próprio a partir de selos que pertencem a emissoras como RBS que também detém inúmeras emissoras de rádio no sul do Brasil que mantém vivas estas tradições através de fenômeno isolado da industria fonográfica.

Por outro lado a cultura do Paraná, ainda tem a caiçara (indigena e portuguesa) que esta presente no litoral, a caipira Paulista ao Norte e Gaucho difuso em todo o estado, culturas que entram em opopsição a outras mais recentes vindas com imigrantes que são somadas as novas culturas de gueto, gênero, nicho e tribos que na capital se colocam na posição de sociedade “cosmopolita”, ao identificar-se com diversos sub gêneros rock, música eletrônica e outras, até mesmo a música clássica, bem como outros sons europeus e americanos, que significam uma assimilação por identificação, tão qual a identificação dos negros no Rio de Janeiro terem aderido ao funk e ao hip hop americano como associação e substituição do samba feita na pesquisa de Hermano Vianna.

Apesar de não existir nenhuma prova do caráter cosmopolita da população curitibana que se afirma nesta verdade indiscutível, temos na verdade uma sociedade que se espelha demais, pouco conhece e comporta-se de forma subserviente típica de outros povos latinos americanos em suas síndromes de província, descritas na obra de Galeano “Veias Abertas da America Latina”, onde estes povos são descritos como pobres, ignorantes, mestiços, com baixa estima, submissos a coronéis e inferiorizados perante a Europa. Estes formadores da América Ibérica, aos quais estamos mais próximos ao sul e também após a linha de Tordesilhas era uma terra de ninguém entre dois territórios e a única prova concreta que temos da nossa formação (desfazendo os épicos inventados pelos “estoriadores” puxa sacos das elites locais) que negue as versões oficiais esta no livro de Saint Hillaire que passou por aqui a mais de 200 anos e descreveu isso aqui como um fim de mundo com um povo muito burro.

O comportamento de província, olhar para a capital e negar a sua própria cultura ainda esta presente e é um fato tão concreto que será imediatamente negado por todos, bem como serão negado estes meus comentários imediatamente após publicado o que reforça a tese.
Este fenômeno de negação da cultura tradicional é facilmente explicado na origem do avanço da capital através da briga entre elites rurais e urbanas (estudadas na Europa) no fim do século XIX, resultando na negação das tradições rurais e campeiras. Esta briga entre pais e filhos, somada á possibilidade de uma divisão de uma nova nação ao sul, fez com que na tese já citada do Professor Magnus fossem proibidas as manifestações destas identidades culturais sulistas com o peso da lei apenas no Paraná.

A Música no Paraná


Recentemente, diversos fenômenos relacionados a música local colocaram em prova a teoria geral de que aqui nada existia em termos de cultura, confrontando a própria sociedade que nega qualquer coisa que não seja espelho dela mesma, ou seja a cultura narcísica e consumista dos produtos industrializados e de prestigio oriundos dos grandes centros do mundo (mesmo que isso seja o lixo destes outros povos).

Em conformidade com este pensamento por um lado, por outro em negação, pois reivindicava para si originalidade porem se espelhando na cultura dos outros, na década de 90 do século passado o cenário undergound gerou o que teoricamente seria um anti-movimento cultural brasileiro. Em uma onda de produção sem precedentes, pipocando o numero de lançamentos, shows e grupos “originais” de som em inglês.
A Vanguarda Paulista (que realmente é Paranaense), o sertanejo Paulista é Minineiro e Paranaense e por ai vai, por é que não pretendo falar de estéticas, movimentos artísticos. Mais interessante é tratar daquilo que tem influenciado a produção local efetivamente no campo da organização social da música.
No fim dos anos 90 movimentos como Clube dos Compositores e @rromba surgem, um na MPB e outro no rock conclamando espaço para produção local, se formos fazer uma genealogia dos movimentos poderíamos dizer que ambos tem origem no MAPA (Movimento de Atuação do Paiol - 1974) quando ocorreram os primeiros movimentos de difusão das composições de autores da região.
Vale a pena um retrospecto:

Estes movimentos tem quase a mesma origem, porem se dividiram, sendo um movimento composto por herdeiros do Lápis, Vitola, Chaves, e do outro composto por herdeiros de Leminski, Blindagem, Chave e companhia… Mesmo esta analogia sendo apenas uma alegoria, não tendo o menor fundo histórico, ela pode explicar mais do que aparente.
Os desdobramentos dos movimentos anteriores resultam os anos 80 ainda na MPB com o surgimento dos movimentos Pipa, Paranafernalia e posteriormente nos anos 90 culminaram na criação do Conservatório de Música Popular Brasileira.
Pelo rock surgiram selos independentes Barulho, Blody, Mais, foram lançados coletâneas como Curitiba In Concert, Alface e Lototol, bares como Circus e 92, programas como Garage e Ciclojam que se consolidam nos anos 90.
Pela música clássica no inicio dos anos 80 surge a Oficina de Música.
Estes movimentos nada tem em comum, mas destes, um pequeno grupo mais politizado vindo do @rromba, soma ao movimento do Clube dos Compositores, que depois passa a ficar conhecida como Associação dos Compositores do Estado do Paraná iniciando uma nova atuação política do setor aproximando o pessoal da MPB com o do ROCK e em seguida demais movimentos.
Mas o que importa é que ambos movimentos se encontraram através de encontros como Os Charlatões e EMEP realizados em 2002, seguidos da semana da música independente em 2004, eventos de origem do atual movimento mais amplo que resultou na fundação de diversas entidades, em especial do Fórum Permanente de Música do Paraná em 2006, alem do Situação, Musin, Compa e até mesmo a Rede Música Paraná.
Estes movimentos acabaram por se encontrar com os remanescestes de ideais de outros movimentos da música clássica como SCABI, Pró Música e tantos outros movimentos menos organizados como os do samba, hip hop, fandango, etc… Se consolidando como uma organizando da classe que aproximou representantes de todos os movimentos.
A origem destes diálogos entre correntes musicais e identidades diferentes surgem do reconhecimento das condições de classe que alguns membros trouxeram a tona através de relatos ou pesquisas, como as ações descabidas da OMB, o roubo de direitos promovido pelo conjunto ECAD, difusão dominada pelo Jabá e pelas gravadoras multinacionais, a falta de espaço para a produção local e tantos outros problemas que depois foram estudados e melhor entendidos antes em Curitiba e depois influenciaram todo o Brasil.
Deste movimento de ebulição surge a defesa da Lei dos 20% de música paranaense na rádio aprovada por unanimidade na câmara de vereadores e depois vetada pelo atual governador; A luta pela volta da educação musical nas escolas (ao qual o movimento local aderiu firmemente em Brasília); a obrigatoriedade do deposito de fonogramas na Biblioteca Nacional; os processos contra OMB que se espalharam pelo Brasil a partir daqui; a luta pela mudança da lei da OMB; o inicio da reforma da lei de direito autoral e tantas outras questões como o aumento de verbas para a produção musical da capital.
Somam a estas causas a onda de pesquisas históricas que resultaram em livros como A (dês) Construção da Música na Cultura Paranaense com 80 artigos de 39 autores que eu organizei. E ainda livros como o da Elisabeth Seraphin Prosser 100 anos arte educação no Paraná e Contra Industria de Téo Ruiz e Estrela Leminski. Posteriormente seguiram-se por maior oferta de material de pesquisa mais de 50 monografias tratando da música, industria cultural, música independente e muitos outros assunto ligados a música paranaense e independente, consolidando o maior concentração de pesquisas sobre a música local, pois 90% de tudo que foi feito neste sentido foi escrito na última década.
No campo da produção, o fenômeno dos estúdios e prensa de CDs mais baratos e posterior também dos estúdios caseiros (home studio) e difusão de música via mp3 na internet promove uma ampliação da produção local sem precedentes. Grava-se por ano nos últimos 10 anos o equivalente em numero de discos ao que foi produzido por década dos anos 50 até os 90 no Paraná.
Aumento da produção e dos meios de difusão faz com que a música local tenha a visibilidade daquilo que nós divulgadores e pesquisadores já tínhamos conhecimento, ou seja, se faz muita música e de todo tipo por aqui.
Graças à maior produção e divulgação muitos grupos daqui começam a tocar fora do Brasil, ganham prêmios, são inseridos na mídia internacional, no entanto nenhum atingindo status de notoriedade da industria fonográfica, apenas circulando ou obtendo sucesso em nichos. Ficando o espaço local estagnado com poucos avanços, para alguns sendo ainda pior a década anterior comparada com a de 1990.

O que mudou então?

Através deste entendimento foi o aumento da organização, pesquisas e representatividade única em nossa história, pois o movimento local passa a ser influente nacionalmente no campo da organização de classe, das pesquisas e das defesas de políticas públicas para a música.
Em apenas 6 anos o movimento ocupou cadeiras de conselhos, juris, mecenato, foi criado o Fórum de Música reunindo as 10 principais ongs de música do estado. Foram eleitos membros locais na coordenação do Fórum das Entidades Culturais do Estado, Fórum Nacional de Música e Conselho Nacional de Políticas Culturais, dando visibilidades ao movimento e as causas.
Porem o atual momento tem colocado a música local em destaque não porque nossa música faz sucesso, porque na verdade não faz, tem sim é mais visibilidade de diversos temas relacionados nas redes sociais ao movimento.
Mas o maior motivo para tanta efervescência não foi dito, que na verdade o assunto não sai da tela, da boca e das mentes porque vem ocorrendo aumento dos conflitos pela evidente concentração de benesses públicas, má distribuição de direitos, perseguição da OMB, ausência de benefícios trabalhistas, pouco acesso a venda apesar da difusão existente na internet, entre todos os motivos que ampliaram a má distribuição de recursos materiais entre a classe musical da região que esta em franca adaptação.
Assuntos como a luta pela reabertura da Pedreira Paulo Leminski, mudança nas regras do juri da lei de incentivo, fundação da cooperativa, propostas políticas encaminhadas pelo Fórum de Música - http://forumdemusica.blogspot.com/2010/08/propostas-de-politicas-publicas-para.html e a difusão constante de todo tipo de tema que a Rede Música Paraná vem proporcionando não apenas no grupo virtual mas também em outras redes sociais tem provocado o aumento da visibilidade das causas da música local.
No entanto este fenômeno é visto e entendido pela mídia e pelas pessoas pouco envolvidas aos fatos com foco distorcido. O tema música paranaense, se torna um fato social e isso provoca as condições históricas para que a música seja tocada na rádio educativa e não o contrário.

Tema do momento, nem menos nem mais importante, porem jamais um fato isolado.
Se a música local chegou a se constituir como fato social não foi como festividade, rito, comoção social ou sucesso de mídia, mas como resultado da ação de reclamantes conscientes da falta de visibilidade desta manifestação muito rica e que envolve dezenas de milhares de pessoas no estado, pessoas que romperam os espaços públicos institucionalizados através de representantes e da mídia alternativa e redes sociais com suas próprias pautas (longe da imprensa desatenta), mostrando a todos suas preocupações e reivindicações.
Novos fatos sociais que provocaram a sociedade até que por fim se tornou algo a ser entendido (mesmo que equivocadamente) pela imprensa e poder público que perplexos ainda não conseguiram dar resposta a sociedade que tão pouco entende do que se trata esta música feita no Paraná.

Importante todos saibam, que a música local enquanto arte, pouco ou nada representou nesta mudança (mesmo que se reconheça seu valor), porem os agentes que provocaram a sociedade com suas inquietações, estes sim com palavras fizeram mais do que as milhares de musicas compostas neste estado fizeram, pois se fala mais sobre a musica paranaense do que efetivamente se ouve. Isso ocorre não por falta de talento, mas por terem sido ignorados pelo espírito provincial submisso as capitais, que pouco soube dar espaço aquilo que é seu.
Espero ter contribuído trazendo novas informações para melhor entendimento da materia escrita por meu amigo Luiz Claudio na Gazeta do Povo.


Manoel J de Souza Neto

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Musin é incluido no catálogo de equipamentos culturais do Paraná.

Musin é incluido no livro OS EQUIPAMENTOS CULTURAIS E O PARANÁ DA GENTE
publicado pela Secretaria de Estado da Cultura.




SEEC > Paraná da Gente > Equipamentos Culturais >

OS EQUIPAMENTOS CULTURAIS E O PARANÁ DA GENTE

O nosso sexto caderno finalmente vem a público. Consideramos o Catálogo de Equipamentos Culturais um dos mais importantes entre os já editados pelo Paraná da Gente, por alguns motivos. O primeiro deles é a necessidade que tínhamos de proceder o registro dos equipamentos e espaços culturais espalhados nos 399 municípios do Estado, em razão das poucas informações disponíveis sobre a infra-estrutura existente nas cidades do Paraná para uso da cultura. O segundo, talvez o mais relevante, é a valorização desses locais e das atividades culturais regionais.

Inúmeras atividades culturais são realizadas nos municípios, sem que se tenha conhecimento delas nos centro maiores; muitos espetáculos e artistas locais de grande qualidade apresentam-se, por exemplo, em palcos situados em pequenas localidades, sem que se divulgue apropriadamente sua arte. Ao valorizarmos estes espaços criamos um impulso positivo para a preservação, a utilização e a divulgação das atividades culturais em nosso Estado.

O registro dos equipamentos aproxima os municípios uns dos outros, tornando mais conhecidos no Estado espaços importantes, onde ocorrem eventos que movimentam a cultura e as economias locais. O caderno é um primeiro passo nesse processo e, ao trazermos este tipo de informação, pensamos contribuir para um positivo desencadeamento de trocas de experiências.

Sempre seguindo nossa metodologia inicial, as informações foram fornecidas pelos Agentes Culturais, das Secretarias ou Departamentos Municipais de Cultura, para nossa equipe de pesquisa no Paraná da Gente. As informações, portanto, refletem o caráter da percepção, do conhecimento e da gestão local em todos os sentidos, mas principalmente quanto às características dos equipamentos, às formas de uso e às condições de conservação. Desta vez, completamos o mapeamento dos equipamentos culturais dos 399 município do Paraná, tendo recebido informações, ainda que parciais, de todo o Estado. Desta forma, praticamente fechamos um ciclo na gestão da cultura e podemos nos orgulhar dos resultados obtidos até aqui.

Esperamos que todos apreciem este novo material e que ele seja útil para produtores, artistas, gestores culturais e todos os que, de uma forma ou de outra, atuam na área da cultura.

Renato A. Carneiro Jr.
Coordenador do Paraná da Gente

fonte: http://www.prdagente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=408

Matéria sobre o Musin no blog blogpowerchord - dedicado ao punk rock em Curitiba.

http://www.youtube.com/watch?v=MS_MvqSNd5o&feature=player_embedded

Matéria sobre o Musin no blog blogpowerchord — 9 de outubro de 2009 — Material desenvolvido para o blog www.powerchord.com.br ; O Musin é uma instituição sem fins lucrativos que visa a preservação e desenvolvimento de conteúdos relacionados à música paranaense.
Categoria: Música
Palavras-chave:
powerhord punk rock curitiba musin

Musin é citado nos anais do festival Penalva.



Musin é citado nos anais do festival Penalva. Mais no artigo:
http://www.elisabethprosser.pro.br/publicacoes/artigospublicados/007%20A%20pesquisa%20sobre%20a%20Musica%20no%20Parana.pdf

PROSSER, Elisabeth Seraphim. A pesquisa sobre a música no Paraná e o Festival
Penalva / Mostra da Música Paranaense. II FESTIVAL PENALVA / I MOSTRA DA MÚSICA
PARANAENSE (Curitiba, out. 2005). Anais: Música e músicos paranaenses: memória,
linguagens, produção, performance, ensino, crítica. Curitiba: ArtEMBAP, 2005. p.
119130.

MUSEU DO SOM INDEPENDENTE: RESGATE, PRESERVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA LOCAL - Artigo de Karana Mara Izidoro Silva

ISSN 1809-2616

ANAIS
VI FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA EM ARTE

Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Curitiba, 2008-2009

MUSEU DO SOM INDEPENDENTE: RESGATE, PRESERVAÇÃO E
VALORIZAÇÃO DA CULTURA LOCAL


Karana Mara Izidoro Silva*

Resumo:
Neste artigo procurou-se analisar e englobar a relação entre memória e história; o
crescente interesse pela preservação da memória; a definição dos lugares e suportes da
memória e sua importância. Enfatiza-se também o papel das instituições-memória, e sua
importância para a preservação da memória coletiva. Este trabalho tentará traçar, por fim, o
debate maior no qual está inserido: a preservação de um patrimônio, com a criação de uma
instituição-memória, o Museu do Som Independente.
Palavras-chave:
Memória, Preservação, Acervos Históricos, Musica Paranaense, Musin.

MEMÓRIA, RESGATE E PRESERVAÇÃO

Recentemente, empresas, instituições e indivíduos preocupados em preservar
sua história vêm aderindo à nova tendência, conhecida como responsabilidade
histórica, ou seja, ações cujos objetivos são a preservação, a valorização e a
divulgação da memória resgatada. O interesse público pela “memória coletiva” tem
crescido exponencialmente. Nos últimos anos, a preservação e o resgate da
memória tem estado no centro dos debates acadêmicos no Brasil. Ele se expressa
de forma evidente em debates sobre “patrimônios culturais”.

Porém, esta constante busca pela preservação da memória coletiva não
ocorre somente em meios acadêmicos. Percebe-se um crescente interesse,
igualmente notório em comemorações de fatos históricos, no boom editorial de
biografias e livros memória, na construção de museus e centros de memória e
principalmente centros de memória virtuais. Para Márcia D’Aléssio, nesse período,

do senso comum às políticas públicas existe concordância sobre a
necessidade de preservação do passado. Mesmo os cultores do
‘novo’, os fiéis da religião do ‘moderno’, os militantes da mudança
permanente não ousariam pronunciar-se a favor da destruição dos
traços... Uma necessidade identitária parece estar compondo a

.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Especialização em Comunicação e Cultura,
Comunicação, Cultura e Ideologia da Música.


experiência coletiva dos homens e a identidade tem no passado o
seu lugar de construção1

O apelo que nossa sociedade faz de preservação de sua memória é, em
última instância, a necessidade de reconstituição de si mesma. A busca do passado
como forma de se reencontrar, por isso, preservar vestígios, fósseis, objetos,
documentos etc. Em busca do resgate e preservação do passado, espaços como
bibliotecas, arquivos, museus, centros de documentação e os centros de memória,
tornaram-se locais de guarda das memórias do homem, ou seja, da memória
coletiva, por meio de informações registradas em diferentes suportes.

Estas instituições-memória nos levam a pensar na própria definição de
memória e na importância que estas instituições, a partir dos documentos que detêm
e preservam, representam para o estudo e para produção histórica, pois são, com
constância, as principais fontes para os historiadores e demais pesquisadores.

Segundo a definição de dicionário2, a memória é a capacidade de reter,
recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis, seja internamente, no
cérebro (memória humana), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória
artificial). Já a memória coletiva3 é partilha, transmitida e também construída pelo
grupo ou sociedade. Ela se distingue da memória individual.

LUGARES E SUPORTES DA MEMÓRIA

Desde o surgimento da Escola de Annales, em 1929, a concepção de
documentos foi ampliada, deixando de referir-se somente a documentos oficiais.
Com a História Nova, os historiadores passaram a valorizar a pluralidade de fontes
documentais, procurando as informações não somente nas tão privilegiadas fontes
primárias dos arquivos históricos e oficiais.

A crítica à noção de documento pela Escola dos Annales possibilitou a
utilização de diversos documentos ou suportes de memória. A partir de então, se
ampliou o campo do documento histórico, fundamentado essencialmente nos textos,
para uma história baseada numa multiplicidade de documentos, como escritos de

1
D’ALÉSSIO, Márcia Mansor. Memória: leituras de M. Halbwachs e P. Nora. In: Revista Brasileira de
História, São Paulo, Marco Zero, ANPUH, v. 13, n. 25-26, p. 97-103, set. 1992 -ago. 1993. p. 97.
2
Língua Portuguesa On-line. Dicionário. Disponível em: . Acesso em: 5 jul. 2008.
3
Termo criado por Maurice Halbwachs, sociólogo francês da escola durkheimiana, e sua obra mais
célebre é o estudo do conceito de memória coletiva.


todos os tipos, documentos figurados, produtos de escavações arqueológicas,
depoimentos orais, estatísticas, fotografias, filmes, objetos tridimensionais, obras de
arte, entre outros, em diversos tipos de suportes, como metal, madeira, vidro etc. Enfim,
outros “suportes de memória”, que foram criados com o objetivo de perpetuar
eventos, homenagear personagens ou mesmo criticar ou enaltecer algum
acontecimento histórico. Todos esses “suportes de memória” são essenciais para
preencher as lacunas e os silêncios das fontes.

Com a ampliação da concepção de documento histórico, as instituições-
memória ou “lugares de memória”, passaram e dar mais importância e a se
apropriarem desses suportes. A expressão “lugares de memória” foi cunhada pelo
historiador Pierre Nora e por ele definida como “lugares que contribuam para o
estreitamento dos laços entre história, memória e experiência, permitindo a
articulação entre passado, presente e futuro”4.

Para Nora, os lugares de memória são espaços criados pelo individuo
contemporâneo diante da crise dos paradigmas modernos, isto é, arquivos, museus,
centros de documentação e os centros de memória, instituições criadas com um
objetivo semelhante, preservar a memória e a história para as gerações futuras.
Estes lugares da memória reúnem acervos a partir de uma linha temática.
Encontram-se atualmente museus e centros de memória em diversas temáticas e
diferentes áreas, como artes, artes sacras, arqueologia, história natural, etnografia,
fonografia, iconografia etc.

MUSIN: PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA MUSICAL PARANAENSE

Diante da perda iminente, vive-se uma ‘fome de

memória’ que se materializa, entre outros, na

constituição de museus, centros de memória, de

documentação e arquivo que possam preservar

experiência de um cotidiano em vias de extinção.

Zilda Kessel

De uns tempos para cá, a necessidade de guardar documentos pessoais,
objetos, fotografias etc., disseminou-se largamente. Pierre Nora considera que “a
memória se enraíza no concreto, no espaço, no gesto, na imagem, no objeto”. É
preciso criar arquivos, já que a memória na modernidade não é mais espontânea.

4
NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. In: Projeto História, São Paulo,
PUC, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.


A nossa sociedade tem consciência de que a informação e principalmente a
música, aqui tratada, são um tanto quanto efêmeras. A música assume cada dia
mais importância como meio de expressão em nossos dias e por esse motivo torna-
se um relevante patrimônio.

Tendo em vista a relevância em se preservar a memória coletiva, o
pesquisador Manoel de Souza Neto idealizou e criou, como diz Nora, um lugar de
memória. Trata-se de um importante acervo que resgata a história da música
paranaense, o Museu Independente do Som – MUSIN, cuja diretoria é composta
pelo seu idealizador e pelos pesquisadores Elisabeth Seraphim Prosser, Rodrigo
Duarte e Marilia Giller.

O Musin é um importante acervo em formação, que partiu do material
recolhido por Souza Neto nos últimos vinte anos. É a maior documentação do
gênero no estado e o primeiro do Brasil. O acervo abrange a música
independenteno Paraná. Segundo dados disponíveis, são 10 mil folhetos e cartazes
de eventos culturais, 1.500 discos de vinil (LPs e compactos), cassetes e cds de
músicos locais, mil publicações, como fanzines, livros e informativos, e mais de 3 mil
fotos relacionadas ao tema, gravações inéditas em fitas cassete, vídeo e DVDs e
outros documentos. Trata-se do principal acervo em número de registros
fonomecânicos sobre compositores da música paranaense e tem como principal
objetivo preservar o passado e valorizar a cultura local.


Foto Marcelo Dallegrave. Disponível em: .

A preservação de todo este material e a sua disponibilização apresentam
inúmeras possibilidades de pesquisa referentes à sociedade e cultura, como, por
exemplo:

· as influências culturais e sociais que a música exerce;

· seu desenvolvimento ao longo do tempo;
· a influência mútua entre a música e os demais movimentos culturais;
· os compositores que marcaram cada período ou gênero;

· os compositores ou músicos que impulsionaram o desenvolvimento de novas

formas, estilos e gêneros;

· os músicos, grupos e bandas que se destacaram no cenário local e até fora dele.

Enfim, uma gama de possibilidades de pesquisa, que só é possível após
justamente da criação de um lugar de memória.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O acesso à documentação histórica, preservada e disponibilizada no centro, traz
benefícios imediatos a quem dela usufrui, mas também resultados positivos em longo
prazo, pois se trata da valorização, da reconstituição e da partilha da memória coletiva.

Assim, a preservação da memória da música paranaense, afirma a grande
máxima de Nora, que não há memória na sociedade contemporânea, o que há são
tentativas de se acessar essa memória. Tentativa esta que, no caso do Museu
Independente do Som -Musin, se dá por meio de uma ação individual, atingindo o
coletivo. Mais que a necessidade de manutenção de um local de preservação, a
mobilização em torno deste material está diretamente ligada ao que Nora coloca
como apropriação dos lugares de memória pelos grupos sociais em sua constante
necessidade de reconstituição e busca de si mesmos.

REFERÊNCIAS

CARVALHAL, Juliana Pinto. Maurice Halbwachs e a questão da Memória.
Disponível em: . Acesso em: 5 jul. 2008.

D’ALÉSSIO, Márcia Mansor. Memória: leituras de M. Halbwachs e P. Nora. In:
Revista Brasileira de História, São Paulo, Marco Zero, ANPUH, v. 13, n. 25-26, p.
97-103, set. 1992 - ago. 1993.

Língua Portuguesa On-line. Dicionário. Disponível em: . Acesso
em: 5 jul. 2008.

MEDRONI, Melissa. Museu do Som Independente. Disponível em:
. Acesso em: 5 jul. 2008.


NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. In: Projeto
História, São Paulo, PUC, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.